Resenha: 'Kung Fu Panda 4' fica abaixo dos outros três filmes, mas é corajoso para ter ideias próprias e sustentá-las

Nova aventura de Po e seus amigos tem uma história mais contida e por mais que não agrade todos os fãs, possui mais acertos do que erros

(Créditos a DreamWorks/Universal)

Pensa num filme que deixou todo mundo eufórico quando saiu o trailer? Tá, tem vários. Mas não dá para mentir que 'Kung Fu Panda 4' mexeu com a nossa nostalgia quando lá pro final do vídeo, me aparece logo o TAI LUNG! Pronto. A internet ficou louca outra vez e as teorias borbulharam em todo lugar. Mas sabem como é, né... Quando a expectativa fica alta demais, qualquer resultado que não seja a perfeição não é bem vindo. Infelizmente, foi o que aconteceu nesse filme.

Depois daquele trailer, os fãs já tinham traçado uma história na cabeça e passavam os dias trocando teorias para ver quem acertava o que rolaria no filme, e é uma pena que a maioria se decepcionou. Uma das coisas que eu curti nesse filme, é que ele usa direitinho todas as cartas que tem a disposição para se promover, gerar hype. Em momento nenhum nos prometeram um filme com quarenta e cinco minutos de Tai Lung e os outros vilões clássicos quebrando vilões genéricos na porrada. A história tem vários pontos clichês e é bem mais rasa que os outros filmes da franquia até aqui, mas soube fazer um trabalho implícito no primeiro antagonista da franquia, que, por ser uma extensão dessa resenha aqui, vou publicar como um artigo em seguida. 


A história gira no fato de que Po (Jack Black) agora deve subir ao posto de líder espiritual do Vale da Paz e, por isso, deve nomear um novo Dragão Guerreiro. E fica nisso. A história segue basicamente o mesmo clichê de sucessão que vários outros filmes já fizeram, com algumas diferenças aqui e ali, o que faz desse um filme bem genérico e me arrisco a dizer que é o mais infantil da franquia até aqui. O que não é um problema já que é uma animação, voltada principalmente para esse público. E esse é outro ponto que eu queria destacar aqui: Ao mesmo tempo em que o filme é previsível e infantil, ele se atreve e usa seu talvez maior trunfo de marketing para contar uma história que só os adultos percebam, e talvez não todos, dados os comentários pós-filme.

Essa forma talvez não proposital de contar a história foi de longe a melhor parte da aventura para mim (e para não entregar spoilers aqui, peço que leiam o artigo sobre a participação do Tai Lung e outros vilões), que, depois de assistir, fiquei me perguntando se foi coragem ou sorte do estúdio em contar um lado tão maduro da vida embrulhado num desenho infantil.
Para resumir bem, a quarta parte da franquia é sim a mais rasa até aqui. Porém, faz o básico ao que se propõe de um jeito muito bem feito e mesmo com todos os clichês que esse tipo de narrativa apresenta, sabe contar sua história e até mesmo render bons debates. Lógico, isso se você parar para analisar as entrelinhas.

Por fim, 'Kung Fu Panda 4' merece uma segunda chance caso você já o tenha visto e tá no time do "hate gratuito" por não ser exatamente como você queria. E, se ainda não assistiu, não se importe com a opinião dos outros e vá tirar suas próprias conclusões. Garanto que não vai se arrepender!

Ah, e assiste até o final dos créditos. Não tem cena depois deles, mas passa uma sequência que segue o final do filme e é embalada pela versão de ...Baby One More Time pela Tenacious D, com o Jack Black arrasando.

NOTA: 8/10

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