O novo filme não é a melhor coisa que a franquia já mostrou, mas um pouco do encantamento ainda tá lá
A franquia Jurassic Park já viveu de tudo: o deslumbre da descoberta, a tensão da sobrevivência e, nos últimos tempos, o cansaço de uma fórmula que parecia ter perdido o impacto. Mas Jurassic World: Recomeço chega como uma tentativa honesta de virar a página — e, mesmo sem reinventar a roda, acerta ao abrir espaço para um novo começo.
Dirigido por Gareth Edwards (Rogue One), o filme se distancia um pouco da megalomania dos últimos longas e foca em algo mais contido — mais "na terra", por assim dizer. O roteiro ainda flerta com os clichês da franquia, mas tem um mérito: abraça o simples. A ideia de um mundo em que humanos e dinossauros coexistem fora do controle total agora é tratada com mais realismo e menos espetáculo gratuito.
O novo elenco liderado por Scarlett Johansson, Jonathan Bailey e Mahershala Ali funciona bem. Eles têm química, não tentam imitar os ícones do passado, e dão conta do recado com carisma. Há um certo frescor no ar, principalmente nas cenas em que o filme desacelera e permite um pouco de desenvolvimento de personagem.
Tecnicamente, o filme é competente. Os efeitos visuais continuam de alto nível, mas o que chama atenção é a direção mais atmosférica. Edwards sabe trabalhar o suspense e cria algumas sequências que lembram o espírito do original de 1993, com câmeras mais próximas, trilha tensa e silêncio estratégico. Nada muito inovador, mas funcional.
Ainda assim, Recomeço não escapa de tropeçar. O roteiro é previsível, e o vilão é raso (de novo!). Algumas cenas parecem existir apenas pra lembrar que o filme é parte de uma franquia bilionária, e não por necessidade da história.
Uma parte que eu particularmente gostei, foi que o filme fugiu de um clichê batidaço no final, é isso agradou bastante.
No fim das contas, o saldo é positivo. O filme entrega diversão com um mínimo de respeito à inteligência do público, e isso pelo menos conta.
Pra finalizar, dá pra dizer que Jurassic World: Recomeço não é o renascimento épico que muitos esperavam — mas é um sopro de esperança. Se a franquia aprender com os acertos desse filme e tiver coragem de manter o foco mais intimista, há boas chances de voltarmos a ver dinossauros realmente nos fazendo arrepiar.
E cá entre nós: ver um T-Rex rugindo ao pôr do sol ainda dá aquele arrepio bom, mesmo depois de tantos anos.
NOTA: 7,5/10
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