Resenha: 'Duna: Parte dois' consegue ser ainda superior ao primeiro filme, acelerando seu ritmo e levando a um final ÉPICO!

Segunda parte da história dirigida por Denis Villeneuve mantém a consistência de seu antecessor, enquanto aumenta sua escala e prepara terreno para um desfecho grandioso 

(Créditos totais a WarnerBros. e Legendary)


São bem poucas as sequências de filmes que conseguem a proeza de serem ainda melhores que seus antecessores. No nosso universo nerd de cinema, não é um exagero dizer que 'O Império Contra-Ataca' é o grande exemplo, seguido bem de perto pelo 'Homem-Aranha 2', de Sam Raimi. De resto, nem sempre a pressa de Hollywood para entregar uma continuação se mostra válida, e o resultado conhecemos bem.

Bom, sorte que em 'Duna: Parte dois', isso não acontece. Denis Villeneuve tem em mãos a história que quer contar e sabe muito bem onde guiar seus personagens, diluindo um livro com grande história em dois filmes que dão as mãos e nos guiam pelo Game of Thrones espacial de Frank Herbert. O mais curioso aqui é o fato de que Villeneuve não abandona a grandiosidade fotográfica do primeiro filme, onde praticamente uma em cada cinco cenas renderiam um wallpaper tranquilo. Some a isso a trama instigante que é um pouco sonolenta de início mas que vai escalonando rapidamente conforme os minutos se seguem. Esse ponto, inclusive, foi algo que eu destaquei lá em 2021, na resenha do primeiro filme, que você pode conferir aqui. Nessa segunda parte, as coisas acontecem mais rápido e em certos pontos parece que rápido demais, como nos momentos em que Paul Atreides (Timothée Chalamet) está em treinamento para se tornar um Fremen. De resto, o filme inteiro possui um ritmo consistente que sobe o nível em tudo.

Como toda história, esta pode irritar algumas pessoas aqui ou ali, por retratar com algumas bem poucas piadas, em momentos cômicos, alguns pontos religiosos. Lembrando que o filme não ataca nenhuma religião ou zomba delas, mas em certos momentos, Stilgar (Javier Bardem) carrega o humor do filme nas costas, com certos trejeitos e falas que servem para quebrar o ritmo e não deixar esquecer que, nessa ópera galática, a questão de manipulação do povo por meio da fé é um dos pontos que se sobressaem ao todo. Fazendo uma oposição a isso, temos Chani (Zendaya) insistindo em não querer ser apenas guiada por uma possível profecia, dando aquele ar de embate entre ela e Paul por certos momentos. Reiterando que a forma como o filme retrata isso é bem neutra e não tira sarro da fé de um povo, mas sabe como fazer para que essa questão fique em evidência de uma forma mais ampla, o que abre portas para debates sobre destino ou liberdade. O que não cabe a mim falar aqui.

Para finalizar, eu queria deixar um adendo aqui, me referindo aos últimos quarenta e cinco minutos de filme, que me fisgaram ao ponto de não desgrudar os olhos da tela. São cenas de guerra que deixam muitos filmes históricos no chinelo e compensam a trama meio arrastada. A batalha em Arrakis foi o início de uma guerra que, se bem escrita, promete encher os olhos na terceira e última parte da trilogia.

Enfim, se tiver a oportunidade, assista 'Duna: Parte dois' e prepare-se para se sentir parte do povo Fremen, buscando sua liberdade em meio a uma guerra que tem tudo para ser uma das maiores já vistas no cinema e acompanhe de perto a ascensão de um novo líder.

NOTA: 9/10

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