Nostálgico e divertido, novo filme é propositalmente caricato, conquistando novos e velhos fãs
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(Créditos:WarnerBros.) |
Depois de mais de três décadas, o fantasma mais caótico do cinema está de volta — e Beetlejuice Beetlejuice faz exatamente o que promete: invoca a nostalgia com força, mas sem esquecer de trazer novos elementos para uma geração atual. O resultado é uma sequência que abraça o absurdo, mantém o espírito do original e entrega uma aventura deliciosamente caótica.
Tim Burton retorna ao comando com aquela estética gótica caricata que virou sua marca registrada, e é como se ele nunca tivesse saído daquele universo. Visualmente, o filme é um deleite para os fãs: stop-motion artesanal, maquiagem prática, cenários distorcidos e criaturas que parecem saídas de um pesadelo cômico. Nada aqui tenta ser realista — e essa é a graça.
Michael Keaton volta como Beetlejuice como se o tempo não tivesse passado. Seu timing cômico continua impecável, e seu personagem permanece incômodo, hilário e imprevisível. Ao lado dele, temos o retorno de Winona Ryder como Lydia Deetz, agora uma adulta tentando lidar com traumas antigos e uma filha adolescente interpretada por Jenna Ortega, que tem tudo pra carregar essa franquia se resolverem seguir adiante.
A história, embora não seja exatamente profunda, funciona bem dentro da proposta nonsense. Os novos personagens são carismáticos e o roteiro equilibra bem os momentos de bizarrice com um toque emocional discreto. Há espaço para humor físico, piadas visuais e até uma leve crítica social embutida no caos — tudo com a leveza que marcou o primeiro filme.
Ainda assim, Beetlejuice Beetlejuice não escapa de algumas armadilhas comuns em continuações tardias. A trama às vezes parece apressada, e há momentos em que o filme se apoia demais em referências ao original, quase como se tivesse medo de ousar demais. Mas a energia, o carisma e a estética peculiar compensam essas falhas.
No fim, essa sequência é como reencontrar um amigo estranho do colégio: você sabe que ele continua esquisito, mas é exatamente isso que o torna divertido. Os Fantasmas Ainda se Divertem está longe de ser perfeito, mas é fiel a si mesmo — e isso já vale o ingresso.
NOTA: 7,5/10
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