Resenha | 'É Assim Que Acaba' não tem o mesmo impacto do livro e suaviza muita coisa, mas funciona e consegue transmitir sua mensagem

Mesmo com cortes e escolhas mais leves, a adaptação entrega uma história sensível e relevante, ainda que menos intensa.

(créditos: Sony Pictures)


A adaptação de É Assim Que Acaba, baseada no best-seller de Colleen Hoover, chega com o desafio de transformar uma obra literária emocionalmente pesada em um filme acessível para o grande público. E embora o longa opte por suavizar parte do conteúdo mais sensível — especialmente temas como abuso e traumas —, ainda consegue transmitir a essência da mensagem principal: o ciclo da violência e a força de quem escolhe quebrá-lo.

Para quem leu o livro, é difícil não perceber as ausências. Algumas cenas impactantes foram limadas ou adaptadas de forma mais branda, talvez para não chocar tanto a audiência ou para manter a classificação indicativa mais comercial. Isso, inevitavelmente, tira um pouco do peso emocional da jornada de Lily. No entanto, o núcleo da história permanece: a luta interna de uma mulher dividida entre o amor e a própria dignidade.

A performance da protagonista vivida por Blake Lively é um dos grandes destaques. A atriz consegue transmitir vulnerabilidade e força com equilíbrio, mesmo quando o roteiro não se aprofunda tanto quanto poderia. As interações com os demais personagens funcionam, especialmente nas cenas mais intimistas, onde o filme brilha ao mostrar os pequenos gestos e silêncios que dizem muito mais do que os diálogos.

A direção opta por um tom mais suave, com uma paleta de cores calorosa e uma trilha sonora sensível, o que contribui para um clima quase melancólico, mas nunca pesado demais (sem contar que tem a Taylor Swift na trilha sonora)! Isso pode agradar quem busca um drama romântico emocional, mas provavelmente vai frustrar leitores que esperavam um retrato mais cru e visceral da história original.

No fim, É Assim Que Acaba funciona. Pode não ter o mesmo impacto do livro, mas ainda é uma adaptação competente, que trata de temas delicados com certa elegância — beeeem sutilmente. E talvez, para alguns, isso já seja o suficiente.


NOTA: 7/10

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