Resenha | ̶T̶h̶u̶n̶d̶e̶r̶b̶o̶l̶t̶s̶* '*Os Novos Vingadores' é espetacular e uma das coisas mais ORIGINAIS que a Marvel já entregou no cinema!

Novo capítulo do MCU acerta em tudo que se propõe, e dá aula ao seguir seu próprio ritmo, sem se esquecer que faz parte de um universo maior

               (Créditos: Disney/Marvel Studios)


Eu sei que muita gente diz que a Marvel morreu depois de Vingadores: Ultimato, e que a cada coisa legal que o estúdio entrega, vem o argumento de que "Tal coisa salvou a Marvel" ou "Melhor coisa depois de Ultimato". Eu mesmo nunca concordei com isso, porque mesmo entre tantas coisas meia bomba, o estúdio ainda entregou pra gente momentos memoráveis e histórias muito boas.
Agora, porém, depois de assistir  ̶T̶h̶u̶n̶d̶e̶r̶b̶o̶l̶t̶s̶*̶   *Os Novos Vingadores eu vi que os responsáveis aumentaram o nível aqui. Não fique esperando uma história genérica com um grupo underdog que se junta do nada e salvam o dia, porque por mais que o filme se venda assim, o que a gente vê na tela é algo que jamais se pensou em fazer num filme desse gênero. Pra quem acha que filme de herói fica preso numa bolha e se resume nisso, vai quebrar a cara com esse aqui.

Pra começar que o filme de Jake Schreier nem parece ser uma produção da Marvel, tamanha a forma como funciona sozinho e se distoa da necessidade de ficar o tempo todo explicando algum evento. A história simplesmente vai acontecendo e um ou outro detalhe são ditos de forma natural, num roteiro que entende que o foco aqui são os seus personagens, e mais do que isso, as suas vulnerabilidades. São os erros e defeitos de cada um que os torna tão agradáveis de acompanhar em cena, e isso nem é tudo.

O grande ponto aqui foi a forma delicada e carinhosa com a qual o filme lida com temas como traumas, solidão, depressão e mais alguns outros, onde num universo com seres fantásticos e deuses ficam quase sempre escanteados. Eu não vou entrar em spoilers aqui, porque quero que você assista e sinta o que tiver que sentir por si só.
Mais uma vez, não dá pra fugir desse assunto, porque o filme que ninguém dava nada, até as redes de cinema aqui do Brasil surgiu como mais um capítulo do MCU e se mostrou um verdadeiro filme independente, usando seus personagens pra estabelecer conceitos e se conectar com diferentes públicos. Até porque, em algum ponto da vida, todos nos sentimos meio sozinhos, fracassados e sendo consumidos cada vez mais por um vazio que insiste em ficar ali. E esse filme mostra que muitas vezes tudo o que é preciso é um abraço, um gesto. Alguém que simplesmente esteja ali e não nos julgue, apenas esteja perto e nos mostre que mesmo nos nossos piores momentos, podemos encontrar redenção ao descobrimos que não estamos sozinhos.

E deixando um pouco a psicologia de lado pra citar alguns detalhes técnicos aqui, o elenco liderado por Florence Pugh (sim, pra mim ela é a líder desde o primeiro minuto, literalmente) tá perfeito. Cada um parece muito á vontade com seus papéis, como no caso de Sebastian Stan, que já é o Bucky há tanto tempo, que faz tudo se tornar mais natural. Outro destaque é David Harbour, que traz uma carga emocional ao Guardião Vermelho e faz dele um dos pilares desse filme. A direção acerta demais com sequências de ação memoráveis e com uma coreografia de fazer inveja. Não é tecnicamente perfeito, porque tem alguns cortes de cena que dá pra perceber só de olhar, mas nada disso sequer é digno de tirar nota desse filme.

Enfim, chega a ser bizarro o modo como a Marvel foi colocando esses personagens ali, um por um, meio jogados. Não sei se a ideia inicial do filme era ter essa pegada tão original e única, mas mesmo se não for, a gente precisa dizer que ninguém domina melhor o gênero de filmes de herói do que a Casa das Ideias.
Falando sobre o gênero, esse filme mostra que ele tem muito a contar, especialmente quando os personagens são tratados com carinho. Como falei antes, esse filme não seria nada demais se não abraçasse a vulnerabilidade de cada um dos seus personagens e fizesse esse sentimento guiar a história até um final tão significativo, ainda que entendendo o gênero ao qual pertence. Pela coragem de ser único num universo com outros 35 filmes e o modo como retrata questões tão sensíveis sem ficar didático e forçado,  ̶T̶h̶u̶n̶d̶e̶r̶b̶o̶l̶t̶s̶*̶   *Os Novos Vingadores é, pra mim, a coisa mais original que a Marvel já entregou no cinema.

NOTA: 9/10

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem