Em seu décimo filme, dá pra ver que a franquia tem muito a contar nesse universo, e faz isso mantendo o nível
Com 'Planeta dos Macacos: O Reinado', a franquia chega ao seu décimo capítulo provando que ainda há muito fôlego e histórias a serem exploradas nesse universo onde humanos e macacos disputam espaço, poder e sobrevivência. O novo longa-metragem, dirigido por Wes Ball, se passa várias gerações após os eventos da trilogia protagonizada por César, e tem a missão de não apenas expandir a mitologia da saga, mas também renovar seu apelo diante de um novo público.
O filme consegue equilibrar com competência reverência ao legado anterior com a ousadia de apontar novos rumos. A narrativa foca em Noa, um jovem macaco da tribo dos Águias, que vê seu mundo virado de cabeça para baixo quando é forçado a enfrentar um novo líder tirânico. A figura do vilão Proximus Caesar, que distorce o legado do verdadeiro César para justificar sua dominação, é uma crítica sutil ao revisionismo histórico e ao uso político da memória – temas surpreendentemente atuais.
Visualmente, o longa é um espetáculo. A tecnologia de captura de movimento continua impressionante, e a ambientação mistura natureza e ruínas da civilização humana de forma impactante. A direção de Ball privilegia planos abertos e momentos contemplativos, mas também sabe acelerar quando a ação pede, sem perder a elegância.
Se há algo que impede O Reinado de alcançar um patamar mais alto é seu roteiro, que por vezes se prende a fórmulas já conhecidas e evita riscos maiores. Ainda assim, o carisma dos personagens e a força simbólica da história compensam eventuais tropeços.
'Planeta dos Macacos: O Reinado' é uma entrada sólida na franquia, que respeita suas raízes sem medo de crescer em novas direções. Ao final, fica claro que este não é um ponto final, mas sim um novo começo – e um começo promissor.
NOTA: 8,5/10
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