Resenha - Contido e sem necessidade de arriscar, 'Um Lugar Silencioso: Dia Um' é um ótimo spin-off e porta de entrada pra quem não conhece a franquia

Filme não se preocupa em aumentar nada da história nem explicar mais sobre as criaturas, o que é muito bom, mas também incomoda um pouco

(Créditos: Paramount Pictures)

'Um Lugar Silencioso: Dia Um' é um spin-off que entende perfeitamente seu papel dentro do universo criado por John Krasinski. Ao invés de tentar expandir exageradamente a mitologia ou entregar explicações detalhadas sobre as criaturas alienígenas que atacam qualquer som, o filme opta por um recorte mais íntimo, focado no impacto inicial da invasão em uma Nova York tomada pelo caos.

Essa escolha, ao mesmo tempo que evita o risco de diluir o mistério — um dos maiores trunfos da franquia —, também pode causar certa frustração em quem esperava revelações ou uma virada mais ousada. O filme é contido por natureza: aposta mais na ambientação tensa, no silêncio opressor e nos laços humanos em tempos extremos do que em confrontos diretos ou desenvolvimento de lore.

A protagonista vivida por Lupita Nyong’o entrega uma performance sensível e poderosa, que segura o roteiro mesmo nos momentos em que o ritmo desacelera. A relação dela com um gatinho — sim, um gato — acaba funcionando como um inesperado ponto emocional e um alívio suave em meio ao desespero, além de formar um trio muito carismático com Joseph Quinn.

No fim, Dia Um é eficaz em tudo que se propõe: mantém a tensão característica da franquia, introduz bem o conceito para novos espectadores e não compromete o que veio antes. Pode não ser o mais ousado ou inovador, mas é um ótimo acréscimo ao universo silencioso e mortal criado em 2018.

NOTA: 8/10

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