Resenha | 'Operação Vingança' é um thriller de espionagem e ação interessante e que sai da mesmice

Novo filme estrelado pela vencedor do Oscar Rami Malek apresenta um assassino que não sabe matar, então usa a inteligência pra passar o cerol nos inimigos 

(Créditos: 20th Century Studios)

Olha, vou te contar que o primeiro trailer de Operação Vingança me cativou por justamente aparentar ser diferente da porrada de filmes de vingança que tem por aí. E depois de assitir, gastei mais ainda, porque ele entrega exatamente o que promete: um thriller de espionagem com toques de ação e uma premissa fora do convencional. Estrelado por Rami Malek, o filme acompanha um personagem improvável no papel de assassino — não pela falta de motivação, mas por não ter as habilidades típicas do gênero. Em vez de tiros e porrada, o protagonista utiliza lógica, manipulação e estratégia para derrotar seus inimigos, o que confere ao filme um ritmo mais cerebral e menos explosivo (exceto quando realmente rola alguma explosão).

A direção acerta ao construir uma atmosfera de tensão constante, mesmo nos momentos mais silenciosos. Há um cuidado interessante em evitar clichês visuais, optando por uma estética mais fria e calculada que combina com a personalidade do personagem principal. Rami Malek, como de costume, entrega uma performance introspectiva, carregada de nuances, mas que pode parecer contida demais para quem espera um herói carismático e cheio de frases de efeito.

O roteiro flerta com críticas à moral ambígua do mundo da espionagem e em como alguns engravatados que estão no poder são mais corruptos do que aqueles a quem deveriam punir, mas não se aprofunda tanto quanto poderia. Ainda assim, é refrescante ver um protagonista que vence mais pela cabeça do que pelos músculos, algo que diferencia Operação Vingança de tantos outros títulos genéricos do gênero.

Com reviravoltas razoavelmente bem construídas, personagens coadjuvantes funcionais (ainda que não memoráveis), e uma boa dose de criatividade, o longa é uma grata surpresa. Não é um novo clássico, mas tem identidade e sabe a história que quer contar.

NOTA: 7,5/10

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