O novo live-action da Disney não cativa quanto o original e se salva pelo visual, porque de resto tanto faz, tanto fez
A nova tentativa da Disney de reviver seus clássicos em live-action chega com Branca de Neve, uma produção que, apesar do apelo visual marcante, tropeça em quase todos os outros aspectos. O filme é uma colcha de retalhos de intenções: quer ser moderno, mas preso à nostalgia; quer reinventar, mas sem coragem de abandonar a fórmula original; quer emocionar, mas falta alma. É como se nem os caras tivessem decidido qual história iam contar, e quando viram, o filme já tava pra estrear.
Rachel Zegler até entrega uma protagonista legalzinha, assim, com carisma e uma presença agradável, mas o roteiro indeciso e as mudanças estruturais na trama deixam a personagem sem rumo e MUITO sem graça. Gal Gadot também merece um destaque aqui, porque parece que ela leu as trezentas versões do roteiro e disse: "Quer saber? Vou é zoar" entregando uma Rainha Má caricata e toda engessada.
As mensagens empoderadoras, embora bem-intencionadas, são tão expositivas e didáticas, que acabam em diálogos pouco inspirados e situações forçadas.
O visual, por outro lado, é o que mantém o filme de pé. O design de produção é caprichado, com cenários deslumbrantes e um figurino que flerta bem com o conto de fadas e a estética contemporânea. A direção de arte se esforça para trazer um encanto que o roteiro insiste em dissipar.
E isso sem contar os anões de CGI. A oportunidade de inclusão ao ter na obra atores com nanismo, de diferentes etnias até, não pode passar batida. Os chefões do estúdio ficaram com medo de entrar em polêmicas e se esqueceram da alma dos contos de fada, onde anões de CGI podem usar magia pra encontrarem pedras preciosas numa mina, mas não podem ser interpretados por gente de verdade, de várias raças e aparência, por exemplo.
No fim, Branca de Neve é um filme que tenta agradar a todos e acaba não cativando ninguém. É bonito de ver, mas difícil de lembrar. A Disney já mostrou que sabe modernizar suas histórias — desta vez, porém, ficou só na promessa.
NOTA: 5,0/10
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