Resenha: 'Jurassic World: Domínio' encerra a atual franquia celebrando o passado, enquanto inspira o futuro e dá uma leve cutucada na sociedade
Filme de Colin Trevorrow tem alguns furos e abuusa dos clichês, mas entrega um "Até mais" emocionante e satisfatório aos fãs (antigos e atuais)
(Por Khal Loppes)
Domínio. Segundo o dicionário, é basicamente o reconhecimento em determinado ponto de um 'império'. Uma supremacia exibida de um indivíduo sobre outro(s).
Engraçado que, quando o subtítulo do terceiro Jurassic World foi revelado, eu não entendi bem onde que o diretor iria nos levar, dado em conta a forma como 'Reino Ameaçado' (2018) se encerra. E, pra felicidade dos fãs, fomos pra melhor direção possível.
Já em cartaz nos cinemas, o novo filme (terceiro da atual trilogia e sexto na saga) apresenta a história sob um dilema: Como os humanos e os dinossauros poderão viver no mesmo território? Os acontecimentos do filme anterior impactam diretamente nas posições dos personagens quando os vemos, onde uma Claire Dearing (Bryce Dallas Howard) surge como ativista ferrenha pela causa dos dinossauros e o direito a vida dos répteis, enquanto Owen Grady (Chris Pratt) aparece fazendo o melhor que consegue para manter os animais próximos a salvo.
Natural que, estando os maiores predadores que já habitaram o planeta livres, os interesses perversos acerca das feras também aumentariam, a exemplo do filme anterior. Entretanto, nesse novo capítulo, a direção decide focar em algo mais seguro e simples: Uma megacorporação moralmente duvidosa.
Sem adentrar o território dos spoilers aqui, vale dizer que a já clássica jogada de trazer a velha guarda de volta a ativa é brilhantemente usada aqui, onde os personagens clássicos tomam a frente durante a jornada do atuais mocinhos.
E, vamos ser sinceros, ver o trio formado por Alan Grant (Sam Neil), Ellie Sattler (Laura Dern) e o Dr. Ian Malcom (Jeff Goldblum) é de encher os olhos em cada cena que os personagens aparecem, seja você um fã desde os filmes clássicos ou não.
Outro ponto que merece ser lembrado aqui é o uso magistral de efeitos práticos. Cada sequência em que um dinossauro animatrônico surge, é algo mágico e extremamente oitentista (o que é maravilhoso!).
Logicamente, vale dizer, a história tem alguns furos e quase satura o limite dos clichês, o que pode incomodar um pouco quem esperava uma trama mais fechadinha.
No entanto, Jurassic World: Domínio encerra essa nova trilogia e, por quê não, essa fase no mundo dos dinossauros, da melhor maneira possível, ao abraçar seu legado enquanto pavimenta a estrada para o que poderá surgir no futuro. Ah, e lembra do que falei a respeito do significado desse subtítulo pro filme? Pois é. Como os humanos conseguiriam viver num mundo agora habitado pelos maiores seres que já pisaram sobre ele?
Simples. Da mesma forma que convivemos e aprendemos a lidar com todo e qualquer um, seja uma espécie cretácea ou a pessoa mais inteligente do mundo, de quaisquer tamanhos, cor ou identidade: Coexistindo. Para o nosso bem coletivo e de todos que ainda virão. Seja agora, ou daqui a milhões de anos.
NOTA - 8,5/10
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