Resenha: 'Robô Selvagem' conversa com as mães e entrega um ESPETÁCULO VISUAL que emociona todo mundo!

Nova animação da DreamWorks vem forte pro Oscar 2025

(Créditos: DreamWorks/Universal)

Questões como crescimento, aceitação, maternidade e relacionamentos familiares sempre estão nos temas centrais das grandes animações do cinema. Agora juntar tudo isso numa história cativante e emocionar quem assiste é algo que pouquíssimos filmes conseguem. Felizmente, 'Robô Selvagem' não só entrega uma típica história pra família toda, como também confere toda uma experiência ao explorar tantos temas e ainda não deixar de ser um blockbuster, pois deixa pontos em aberto e uma ideia clara para a sequência que, depois do ótimo resultado de crítica e público com certeza vai acontecer. Aliás, eu tenho que pontuar o quão RIDICULAMENTE LINDA é essa animação visualmente. Do tipo que te cativa assim que começa.

A adaptação do livro de Peter Brown apresenta a robô Rozzum 7134, numa jornada de descobrimento e propósito quando os mundos da tecnologia e natureza se colidem acidentalmente. A robô, então, vê-se num ambiente onde precisa se adaptar ao mesmo tempo em que é vista pelos animais do lugar como uma ameaça por ser tão diferente deles. Só aí a gente já tem uma premissa bacana para esse tipo de filme, né? Errado.

Pois a nova criação do pessoal que deu vida a 'Como Treinar O Seu Dragão', de Cressida Cowell, faz de novo o que tornou o livro homônimo numa trilogia de milhões, condensando a obra numa aventura que não se conecta apenas com as crianças, por tratar dos temas citados no início do texto, mas principalmente com as mães. Afinal, quando um acidente acaba fazendo de Roz a guardiã de um ovinho de ganso, a robô se encontra na tarefa de criar a pequena criatura. Mesmo indo contra todos os seus protocolos, ela embarca na jornada e descobre sentimentos que, bom, sequer deveriam existir numa máquina.

A história conduzida por Chris Sanders, que trabalhou em 'Lilo & Stitch' e 'Como Treinar O Seu Dragão' dialoga muito com as mulheres ao apresentar a protagonista robô dublada por Lupita Nyong'o se tornando uma 'mãe' por acaso, e constrói uma narrativa capaz de fazer chorar conforme mostra uma jornada de crescimento pessoal originada pela maternidade que, sem sombra de dúvidas, vai fazer muitas mamães por aí derramarem lágrimas conforme assistirem as cenas da Roz com seu 'filho' e puxarem na memória as lembranças de suas próprias crianças. De quebra, ainda existe um paralelo grande entre a questão da adoção e como aqueles conflitos podem ser uma realidade facilmente contornada pelo sentimento verdadeiro. Somando a isso vários personagens que representam grandes aspectos do mundo real, o filme vai além de um simples desenho infantil para um compilado de lições preciosas, que vão ser percebidas e recebidas por vários tipos de fãs. Cada um do seu jeito e com as experiências que teve até então.

Com essa junção de estética impecável, histórias tocantes e uma trilha sonora original criada especialmente pra si, 'Robô Selvagem' é a minha aposta como a Melhor Animação de 2024.

NOTA: 10/10