Resenha | 'Como Vender a Lua' surpreende ao ser mais do que só mais uma comédia romântica sem sal

Filme estrelado por Scarlett Johansson e Channing Tatum se vende como comédia romântica, mas usa de fatos históricos e teorias da conspiração pra dar uma aula de marketing

(Créditos: Sony Pictures)

À primeira vista, 'Como Vender a Lua' parece seguir a cartilha das comédias românticas: dois protagonistas carismáticos (Scarlett Johansson e Channing Tatum), situações improváveis e uma química previsível. No entanto, o que se apresenta como uma história de amor com toques de humor se revela uma narrativa surpreendentemente inteligente sobre propaganda, manipulação de massa e a construção de narrativas — especialmente no contexto da corrida espacial dos anos 1960.

O longa mistura ficção com elementos históricos reais e teorias da conspiração — como a famosa dúvida sobre a veracidade da chegada do homem à Lua — para explorar como governos e agências criam campanhas publicitárias para vender ideias. Johansson interpreta uma publicitária brilhante e ousada, enquanto Tatum assume o papel de um engenheiro da NASA cético e deslocado. A dinâmica entre os dois funciona, mas é o pano de fundo histórico e a crítica social que elevam o filme além do esperado.

A direção segura consegue equilibrar o tom leve da comédia com reflexões mais sérias sobre até onde somos capazes de ir para convencer o público de uma verdade fabricada. Ainda que o romance seja o fio condutor, o que realmente prende o espectador é a maneira criativa com que o roteiro reimagina o marketing como uma ferramenta quase tão poderosa quanto a ciência.

'Como Vender a Lua' pode não reinventar o gênero, mas o subverte com inteligência e estilo. Não é uma obra-prima, mas certamente vai além da superfície, entregando algo mais do que prometeria qualquer trailer genérico.

Nota: 7/10

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