Resenha | Abraçando a realidade, 'Amores Materialistas' é uma ótima combinação de humor e sensatez

Um filme que foge do romantismo idealizado para mostrar as complexidades, escolhas e desafios dos relacionamentos contemporâneos

(Créditos: A24)

Amores Materialistas, dirigido por Celine Song, chega com a ambição de mostrar o amor em sua versão mais realista e crua, distante das comédias românticas clássicas que apostam em finais felizes e fórmulas previsíveis. O filme explora temas atuais, como materialismo, insegurança e a dificuldade de equilibrar desejos pessoais com expectativas sociais, trazendo um olhar menos glamouroso, porém mais honesto, sobre o universo dos relacionamentos.

No elenco, Dakota Johnson, Chris Evans e Pedro Pascal formam um trio que dá vida a personagens com camadas, ainda que algumas delas fiquem mais na superfície. Chris Evans surpreende ao interpretar um homem vulnerável, fugindo do estereótipo do galã inabalável, enquanto Johnson e Pascal também entregam interpretações que ajudam a dar humanidade à história. A direção de Song tem méritos, imprimindo um tom intimista e uma atmosfera carregada, que tenta mostrar as nuances das conexões humanas com cuidado e sensibilidade.

Porém, nem tudo funciona tão bem quanto a proposta sugere. O roteiro, que em certos momentos traz diálogos afiados e um interessante debate sobre escolhas e autoconhecimento, tropeça em suas próprias ambições. Muitos personagens e situações são pouco desenvolvidos, resultando em uma narrativa que por vezes soa rasa e previsível. Essa superficialidade faz com que o impacto emocional fique aquém do esperado, e o público tem dificuldade de se conectar profundamente com as histórias apresentadas.

No balanço geral, Amores Materialistas é um caso meio doido, porque se nega a seguir alguns clichês de comédias românticas ao mesmo tempo em que É e NÃO NEGA ser uma. E pra ser sincero, isso faz dele um baita filme. Enfim, pra quem busca um romance menos açucarado e mais próximo da realidade, ele pode agradar. Já quem procura uma narrativa mais densa, com personagens mais complexos e um impacto emocional forte, pode acabar frustrado.

Nota final: 8/10